Diretor da Projexpert, Silvio Wille falou para estudantes de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil
Os cursos de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil da Universidade Paranaense – Unipar, Unidade de Francisco Beltrão, promoveram Aula Magna Integrada. O convidado da noite foi o engenheiro Silvio Wille, que também ministrou aula na pós-graduação em Gerenciamento de Obras. Diretor da Projexpert – Tecnologia, Sistemas e Treinamentos, ele veio para falar sobre ‘Estratégias para Potencializar Sua Carreira’. Além de professores e estudantes, também participaram profissionais das duas áreas.
Professor e ex-consultor da OPAS (Organização Panamericana de Saúde), Wille disse aos participantes da aula que a crise pela qual a economia brasileira atravessa atinge em cheio o setor de construção civil. Contudo, segundo ele, os novos profissionais que surgem no mercado têm várias possibilidades para criar opções de trabalho.
“A construção civil é marcada por ciclos de recessão. Se pegar o histórico da economia do segmento da construção civil, isso faz parte dela. Para nós não é novidade, sofremos esses ciclos e quem está no segmento sabe disso, porque quando você vai trabalhar com uma obra, ela tem prazo para terminar e não necessariamente as empresas conseguem manter novas obras no mesmo ritmo”, afirma.
Apesar da crise, o profissional informa que há sinais de melhora na economia, porém, a geração de alunos que está se formando passou por um período que nem estágio conseguia. “Imagine fazer um curso de engenharia ou arquitetura e não ter tido oportunidade de estágios, porque não tinha obras para gerar esse serviço”.
O engenheiro ressalta que nesta fase da vida, para o jovem, o mais importante é a experiência, e ela pode vir de diversas formas. Um dos exemplos citados por ele é o trabalho voluntário. “O acadêmico precisa de uma oportunidade para usar as competências que está procurando desenvolver na universidade. E há uma quantidade enorme de Ongs que promovem ações de reformas e adequação de prédios que o futuro engenheiro e arquiteto podem participar. Em alguns desses lugares, eles saem com certificado que depois ajuda muito na hora de buscar um emprego”.
Silvio também citou o TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), que pode ser melhor aproveitado para adquirir experiência. No TCC, o aluno, sob orientação de um professor, vai apresentar uma solução para um problema de engenharia ou arquitetura.
“O aluno esquece que não adianta encontrar o problema dentro da academia. Tem que ir lá conversar com as empresas. Escolher aquelas construtoras que eventualmente ele gostaria de trabalhar nelas e dizer que vai fazer um trabalho para a universidade e que gostaria de resolver um problema na empresa de graça. ‘Vou estar aqui, vou trabalhar pra você (empresário). E não tem problema trabalhista porque é formalmente um trabalho acadêmico e vai ter um professor me orientando. Você não quer?’. É difícil o empresário não topar”.
O docente lembrou ainda da possibilidade de intercâmbio com universidades ou programas de trabalho no exterior, mencionando uma iniciativa da Associação de Engenheiros e Arquitetos do Sudoeste, que está se esforçando para levar estudantes aos comitês técnicos que a associação é convidada.
“Um deles é o apoio a um projeto cidadão para fiscalizar obras feitas pelo governo. Nessa fiscalização, o convênio dá o direito de visitar obras com contratos públicos. Ele vai lá, conhece a obra, analisa documentação de faturamento, de cobrança. Ou seja, ajuda a sociedade, aprende e ainda vai ter um certificado. Portanto, para enriquecer um currículo durante a universidade tem ‘n’ oportunidades”.