Aula Magna traz profissionais de Barbacena para discutir reforma psiquiátrica

Publicado em 6 de Maio de 2019 às 15:00

A cidade mineira é referência em projeto que adotou novo paradigma de tratamento

Com o objetivo de oportunizar a expansão do conhecimento e a integração de seus alunos, os cursos da área da saúde da Universidade Paranaense, Unidade de Umuarama, promoveram em conjunto uma Aula Magna com o tema ‘Reforma Psiquiátrica: dos porões da loucura às residências terapêuticas’.

O evento reuniu professores e estudantes de Enfermagem, Estética e Cosmética, Educação Física, Farmácia, Odontologia, Psicologia, Medicina e Nutrição, das modalidades presencial e semipresencial. Também participaram profissionais da saúde e outros convidados da comunidade. 

Para ministrar a Aula Magna, vieram da cidade de Barbacena/Minas Gerais a assistente social Leandra Mara Vidal e a psicóloga Flávia Denise Vasques; lá, elas coordenam projetos que são referência no Brasil, no setor de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde.

A diretora do Instituto de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde da Unipar, professora Irinéia Baretta, abriu o evento. “Esta Aula Magna foi muito importante, pois nos permitiu discutir uma experiência inspiradora, que está dando muito certo em Minas Gerais, onde nasceram as residências terapêuticas, com cunho cultural, histórico e científico”, destacou, ao se pronunciar.

Ela também explicou os critérios para a realização da Aula: “Trouxemos as palestrantes para nos apresentarem o projeto e, assim, proporcionarmos uma visão interdisciplinar e interprofissional de conhecimento no assunto aos nossos alunos e professores e aos profissionais que nos honram com a presença”. 

Na palestra, a assistente social Leandra falou sobre o método trabalhado, salientando que a internação psiquiátrica é o ultimo recurso a que recorrem. “Ela só acontece quando se esgotam todas as possibilidades; nossa proposta se fundamenta no não internamento do paciente, pois o contrário é uma violação de direitos”, contou.

E acrescentou: “Nós trabalhamos para redução de danos e não com abstinência; existe um sujeito ali, cada um possui uma história de vida e uma forma diferente de lidar com a doença... Precisamos entendê-los para fazer diferente”.

A psicóloga Flávia também ressaltou a necessidade de modernização dos tratamentos. “Em relação a nossa prática diária podemos afirmar que é possível tratar as pessoas em seu território e conseguir bons resultados com isso; esta é a mudança de paradigma que Barbacena adotou e que a tornou conhecida como a cidade que cuida das pessoas na rua, no território, no social, garantindo e respeitando seus direitos”.