Neste ano, palestras aconteceram de forma remota; foram temas ventilação mecânica, intoxicação, emergências pediátricas, exames laboratoriais e processo de Enfermagem em UTI
Expandir o conhecimento, formar profissionais qualificados e cidadãos conscientes. Com esse interesse, a Universidade Paranaense – Unipar segue seu calendário de eventos diferenciados. Um deles foi a LEEI (Liga de Estudos de Enfermagem Intensiva), da Unidade de Cascavel, realizada por videoconferência.
Estudantes de todas as séries prestigiaram o evento, que está na segunda edição. A coordenadora do curso, professora Débora Girardello, explica que a Liga é um projeto de extensão que nasceu do desejo dos alunos: “O projeto integra alunos do 4º e 5º anos e surgiu para ampliar a difusão e o debate de assuntos específicos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Já foi sucesso no ano passado, quando trabalhamos sobre enfermagem psiquiátrica, traumas intra e extra-hospitalar”.
Também participaram alunos de escolas de cursos técnicos de Enfermagem e profissionais da área hospitalar. Nesta edição, o evento recebeu também palestrantes de fora e contemplou temas diversos, escolhidos pelos participantes do projeto.
A abertura foi com um convidado de Londrina, coordenador do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), enfermeiro Cleiton Santana. O profissional falou sobre ventilação mecânica, tema em alta neste momento, devido à covid-19. Com experiência diária em ventilação de pacientes, Santana apresentou parâmetros, explicou como instalar o aparelho de ventilação, como fazer, o que ligar, tipos existentes, e como se dá a atuação em equipe multidisciplinar.
Convidada para trazer sua experiência no doutorado, a professora Camila Ribeiro falou sobre atendimento ao paciente crítico, vítima de intoxicação. A professora explicou que intoxicação é a manifestação clínica do efeito nocivo, resultante da interação de uma substância química com um organismo vivo, sendo este processo evidenciado por sinais e sintomas ou mediante dados laboratoriais.
Para ela, abordar a temática faz-se necessário, considerando que estes casos podem ser graves, com longo período de internação em UTI, além de demandarem conhecimentos específicos dos enfermeiros para uma abordagem correta e eficaz.
Também abordou sobre os agentes tóxicos que causam intoxicações, com foco para os agrotóxicos: falou do “chumbinho” (inseticida carbamato que é vendido clandestinamente no Brasil e causa intoxicações graves), dos produtos químicos de uso industrial, medicamentos psicofármacos e também dos acidentes por animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e serpentes; e sobre o manejo do paciente crítico vítima de intoxicação em UTI, utilizando estudos de casos clínicos, a administração da soroterapia heteróloga e as reações adversas mais comuns.
Outro tema diferenciado foi emergências pediátricas, trazido pela professora Daisy Rodrigues. Sua ênfase foi nos acidentes que ocorrem na infância e resultam em urgências e emergências. Segundo aponta, os acidentes mais comuns são queda, queimadura, afogamento, engasgo e sufocamento. “A assistência sendo realizada de forma adequada e ágil pode evitar complicações e sequelas, portanto, é fundamental que o enfermeiro esteja capacitado para a assistência e para realizar educação em saúde com a população, para que saibam como reagir diante de uma situação de urgência”, enfatizou.
Durante a palestra também foi abordado o manejo da RCP (Reanimação Cardiopulmonar) ou RCR (Reanimação Cardiorrespiratória) no neonato, lactente e na criança, baseado nas diretrizes vigentes publicadas pela AHA (American Heart Association). Daisy ainda apontou os sinais de alerta para a identificação de uma parada cardiorrespiratória na criança.
Já a temática sobre exames laboratoriais em UTI ficou a cargo da enfermeira Carine Feldhaus, de Foz do Iguaçu. Concursada, a profissional compartilhou sua experiência com exames laboratoriais na visão do paciente intensivo da UTI, relatando os principais parâmetros, como manusear esse paciente, como fazer a manutenção de algum parâmetro alterado e o que o parâmetro alterado diz enquanto aspecto clínico do paciente.
Sobre o processo de Enfermagem em terapia intensiva, quem ministrou aula foi a professora Aluana Moraes. A docente falou sobre a importância da organização do trabalho da Enfermagem, destacando que o processo de Enfermagem segue etapas inter-relacionadas, mas tem uma sequência, que envolve a avaliação – exame físico e anamnese, análise dos exames laboratoriais, levantamento de diagnóstico, planejamento, processo de prescrição de Enfermagem e execução dessa prescrição. “Falar em processo de Enfermagem é fundamental, principalmente nos anos iniciais da graduação, para que o futuro profissional já compreenda a responsabilidade da atuação e saiba que levantar o diagnóstico de Enfermagem é privativo do enfermeiro e, enquanto profissão, isso é fundamental”, pontua.
A professora complementa que a UTI tem paciente crítico, grave, vulnerável, e saber fazer o detalhadamente do processo de Enfermagem nesse ambiente é essencial para qualificar a assistência e promover a segurança do paciente.