Tema esteve ligado a uma discussão sobre os erros do Judiciário; duas palestras foram apresentadas aos alunos
O curso de Direito da Universidade Paranaense – Unipar/Cianorte, promoveu no dia 09 de agosto uma Aula Integrada entre as turmas do 1º e 4º anos. O momento foi organizado pelos professores Michel Azevedo e Felipe Espolador Scarpeta, e contou com a presença da direção da Unidade, professora Diene Aparecida Cescon e da coordenadora do curso de Direito, professora Mariceles Fecchio.
Duas palestras integraram a programação. A primeira em formato remoto, ministrada por Beatriz Abagge, do caso Evandro, que ganhou as manchetes em todo o país. Na oportunidade, ela narrou sua história, numa descrição marcada por tortura, abuso de poder, perseguição, discriminação religiosa e erros judiciários. Abagge também falou das batalhas contra as adversidades e da luta que mantém pela revisão criminal, bem como dos planos futuros, pelos direitos humanos.
ENTENDA O CASO
Evandro Ramos Caetano desapareceu em 1992, em Guaratuba, no litoral do Paraná, aos sete anos de idade. O garoto foi visto pela última vez no trajeto para a escola. Dias depois seu corpo foi encontrado em um matagal, sem os órgãos e com as mãos e pés cortados. O crime também ficou conhecido como “As Bruxas de Guaratuba”.
Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares, Osvaldo Marcineiro e outras pessoas chegaram a confessar participação no assassinato. Posteriormente, no entanto, alegaram que tinham sido torturados a confessar. Beatriz disse que a sua luta será para que a justiça seja feita e ainda sonha que Evandro apareça, pois jamais acreditou que o corpo encontrado fosse, de fato, do menino.
AULA INTEGRADA
O professor Felipe Espolador ministrou a palestra com o tema ‘Erros do Judiciário’, em que explicou sobre o procedimento para a revisão criminal e a luta diária para a proteção dos direitos constitucionais.
Espolador apresentou casos reais midiáticos, instigando os alunos a pensarem, questionarem e debaterem. Enfatizou, ainda, que o advogado não deve ser confundido com o réu, nem com o crime que o réu possa ter cometido. Segundo ele, os advogados defendem os direitos constitucionais dos réus e são indispensáveis para a administração da justiça.
Para o professor Michel Azevedo, as metodologias ativas são importantes para a nova forma de ensinar. E o caso Evandro é uma boa oficina para o estudo de forma interdisciplinar. “A Beatriz Abagge foi solícita ao atender o nosso convite e expor aos alunos a sua versão. Afinal, existe grande diferença entre a verdade real e a verdade processual. Os alunos foram receptivos e participativos em uma dinâmica e debate com os convidados”.
A coordenadora do curso de Direito, professora Mariceles Fecchio, enalteceu a importância da dinâmica aplicada. “Incentivamos eventos que atrelam teoria à pratica. O estudo de casos reais, principalmente de um caso de comoção social, agrega ao conhecimento e ao crescimento intelectual”.
A diretora Diene Aparecida Cescon parabenizou a iniciativa do curso e enalteceu seu apoio para que os professores da unidade sejam ousados e tragam aulas com diferencial. “Tenho certeza de que a aula de hoje jamais será esquecida pelos nossos alunos”.