Em sua sexta edição, Siaparto é dedicado aos profissionais da saúde interessados em transformar a assistência brasileira ao parto
Atualmente o Brasil ocupa o 2º lugar no mundo com as maiores taxas de cesáreas eletivas (55,6%), perdendo apenas para a República Dominicana (56,4%). A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que a taxa ideal de cesarianas não deva ultrapassar os 15%. Este cenário incita a necessidade de fortalecimento de boas práticas de assistência ao parto.
O assunto foi discutido na 6ª edição do Siaparto (Simpósio Internacional de Assistência ao Parto), realizado no mês passado, em São Paulo. Com o tema ‘As Inovações na Assistência ao Parto’, o Siaparto é dedicado aos profissionais da saúde interessados em transformar a assistência brasileira ao parto, a partir de ensaios clínicos e estudos atuais, referendados por pesquisadores de todo o mundo.
A coordenadora do curso de Enfermagem da Universidade Paranaense de Francisco Beltrão, professora Lediana Dalla Costa, e a aluna Thayna Gabriella Mendes, representaram a Unipar no evento. “São tantas experiências compartilhadas, tantas vidas envolvidas no processo de parturição que, muitas vezes, têm pessoas que usam do protagonismo alheio do parto, o que cabe só a mulher”, opina a professora, ressaltando que é possível fazer diferente.
“Aquilo que acredito como enfermeira obstetra e como ser humano não está tão distante. Neste sentido, motivo sempre meus alunos a participar de congressos, eventos importantes e fazer pesquisa, pois são eles que irão fazer a diferença na assistência, somando-se àqueles profissionais que, assim como eu, acreditam no poder da mulher frente ao parto, no seu empoderamento e protagonismo”.
Para a aluna Thayna, participar do Siaparto foi de suma importância na sua trajetória acadêmica, pois a ênfase atribuída à assistência ao parto de gestantes de risco habitual como forma de melhorar o atendimento no Brasil é indubitavelmente incrível.
“Envolver-se nesse congresso, ainda na graduação, me trouxe vários benefícios e questionamentos acerca da profissional que quero ser e do atendimento que quero prestar a essas mulheres, tencionando sempre a humanização e a melhor técnica possível”, conta a futura enfermeira.
Na avaliação da profissional Ana Cristina Duarte, idealizadora do Simpósio, as cesáreas podem efetivamente reduzir a mortalidade infantil e a morbidade materna e perinatal, contudo, quando realizadas sem evidências significativas, fazem crescer o número de mortes de mulheres e os índices de prematuridade. Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), uma cesariana mal indicada triplica o risco de morte materna.