Plantio de frutas, para estudos, já faz parte do dia a dia do espaço de aula prática do curso de Engenharia Agronômica
Com menos de um ano de implantação, o Centro de Difusão de Tecnologia da Universidade Paranaense expande seus propósitos e mostra resultados promissores: está mais verde, mais diversificado. O espaço de aproximadamente mil metros quadrados no Câmpus 3 da Unipar dá suporte a aulas práticas do curso de Engenharia Agronômica.
Seja em ambiente protegido [em estufa] ou a campo, o cultivo de hortaliças [com uso da hidroponia], de frutas e de tantos outros alimentos segue técnicas e normas científicas. “Aqui tudo é ciência”, exclama a coordenadora do curso, professora Lucimar Boneti.
“Nosso objetivo nessa fazenda experimental em escala reduzida, como costumamos definir o CDT, é produzir conhecimento e repassá-lo para produtores rurais de Umuarama e região”, destaca.
É por isso que ela e todos que integram a equipe do CDT estão animados com os primeiros resultados do projeto, considerados ‘muito bom’. “Nós conseguimos mostrar que é possível alcançar grande produtividade em pequenas áreas, vantagem importante que a ciência oferece”, diz a coordenadora.
E assegura: “Esse espaço garante aulas práticas com profundos conhecimentos em um leque imenso de afazeres relacionadas à produção vegetal”.
A professora Mariana Alves também chama a atenção para o caráter multidisciplinar do CDT. “O curso de Engenharia Agronômica é construído por interdisciplinas e é por isso que esse espaço foi planejado e construído para possibilitar inúmeras frentes de atuação, como fisiologia, fitopatologia, etomologia, nutrição, irrigação e climatologia, todas com excelente estrutura de aprendizado”.
Entre os vários setores do CDT da Unipar está também um que contempla a agrostologia [ramo da botânica que estuda gramíneas, forrageiras]. Chamada de ‘vitrine agrostológica’, já tem bem viçosas diferentes variedades de capim para alimentação de bovinos.
“Com isso temos condições de mostrar aos produtores e aos nossos alunos, que num futuro próximo vão atender esses produtores, várias cultivares de pastagem que maximizam a produção de carne, ou seja, ensinar que além da braquiária [que prevalece no Brasil] há outras que respondem melhor em teor proteico e em volume de matéria”, informa o RT [responsável técnico] do curso de Engenharia Agronômica da Unipar, Estevão Melhorança.
Acadêmicos participam de todos os processos, aproveitando a chance para enriquecer o aprendizado. O CDT foi implantado a poucos metros das salas de aulas, facilitando o acesso dos estudantes, que podem se beneficiar do espaço durante o dia e também à noite, já que conta com iluminação potente.
Espaço para panc’s
A alguns passos do CDT, o curso de Engenharia Agronômica da Unipar também investe numa horta diferente, onde são cultivadas as panc’s – plantas alimentícias não convencionais, que, de rústicas, passaram para o status de chique, já que estão sendo muito valorizadas na alta gastronomia.
O objetivo é mostrar para o estudante de Engenharia Agronômica que se trata de mais uma opção de cultivo e consequentemente de renda para o agronegócio regional. Entre as opções cultivadas estão ora-pro-nobis, taioba, serralha, almeirão roxo, peixinho da terra e physalis.
“O intuito é acompanhar as tendências do mercado, mostrando que o setor é promissor pois há demanda na gastronomia requintada para as panc’s”, aponta o professor Renan Espessato. Ele lembra que o manejo dessas plantas até então tem poucos estudos científicos. “Estamos estudando mais a finco acreditando que podemos colaborar com a produção de conhecimentos importantes”.