Resultados da pesquisa ressaltam a necessidade de atenção contínua após a alta hospitalar para promover o desenvolvimento saudável das crianças
Um projeto de iniciação científica desenvolvido no curso de Enfermagem da Universidade Paranaense – Unipar/Francisco Beltrão, em parceria com o Hospital Regional, abordou a análise do desenvolvimento de crianças que receberam cuidados na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. O texto, assinado por docentes, egressa e acadêmicas, entre elas a enfermeira obstetra, professora e coordenadora do curso, Lediana Dalla Costa, que também é responsável pelo projeto de iniciação cientifica na área de Neonatologia e Obstetrícia.
O foco do estudo foi a análise do desenvolvimento dessas crianças sob a perspectiva dos pais, sendo o artigo científico recém-publicado na Revista Brasileira de Enfermagem (REBEn), órgão oficial da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn). A revista, criada em 1932, é o mais antigo periódico brasileiro da Enfermagem e tem como missão divulgar a produção científica de diversas áreas do conhecimento relacionadas a este campo de estudo.
A idealizadora da pesquisa, Késsia Helen Dalmuth, juntamente com sua orientadora Lediana Dalla Costa, destacou a importância dos resultados obtidos. Segundo ela, os dados revelam a evolução da terapia intensiva ao longo dos anos e sua contribuição para diferentes circunstâncias enfrentadas pelos neonatos. O objetivo principal era reconhecer a realidade dessas crianças após a alta hospitalar, por meio dos relatos dos pais participantes.
Késsia contou como foi ouvir as experiências dos pais sobre o período pós-internamento e a atenção recebida das equipes assistenciais. “Foi uma experiência um tanto quanto maravilhosa ouvir o que os pais têm a dizer sobre seus filhos após o internamento e sobre a experiência de serem pais de UTI. Também é gratificante ouvi-los sobre a atenção que receberam das equipes assistenciais”.
Ângela Morais da Silva, representante do Hospital Regional, destacou a pesquisa como um dispositivo crucial de avaliação do desenvolvimento dos bebês egressos da UTI Neonatal. O trabalho alertou a instituição para a importância de considerar o pós-alta desses bebês, permitindo uma análise mais abrangente das repercussões da assistência prestada durante a internação. “Ao contemplarmos essa dimensão, temos condições de analisar e aperfeiçoar processos de trabalho, visando a melhoria da assistência aos pacientes e familiares das unidades neonatais”.
De acordo com Ângela, a pesquisa evidenciou a relevância de oferecer tratamento durante o período de internação, pois seus efeitos podem influenciar a médio e longo prazo no desenvolvimento futuro das crianças. “Embora essa constatação seja óbvia, na reprodução do cotidiano essa consciência, muitas vezes, se perde. Daí a importância de trabalhos como esse, uma vez que representa uma sinalização à nossa responsabilidade no atendimento a esses pacientes, bem como nos traz subsídios para elaborar estratégias para o segmento desse público”.