Estudo é uma parceria entre professoras dos cursos de Nutrição e Farmácia
A coordenadora do curso de Nutrição da Universidade Paranaense - Unipar/Francisco Beltrão, professora Indiomara Baratto, tem realizado em seu projeto de pesquisa a análise parasitológica de alfaces consumidas na região.
A alface (Lactuca sativa L.) é uma hortaliça originária de clima temperado e um dos folhosos mais populares e consumidos no Brasil e no mundo. Ela é plantada e consumida em todo o território brasileiro, independente das diferenças climáticas e dos hábitos de consumo. Por esta razão, é uma das hortaliças mais cultivadas também em hortas domésticas.
A coordenadora do curso de Farmácia e apoiadora da pesquisa, professora Patrícia Velasquez ressalta que as hortaliças, especialmente as consumidas cruas, representam um importante meio de transmissão de várias doenças infecciosas, como as intestinais, uma vez que helmintos, protozoários e outros patógenos podem estar presentes nas mesmas.
De acordo com Indiomara, as alfaces podem ser contaminadas por meio de água contendo material fecal de origem humana, utilizada na irrigação de hortas, ou ainda através da contaminação do solo por uso de adubo orgânico com dejetos fecais. O diagnóstico laboratorial de protozoários e helmintos parasitas de humanos e demais patógenos em hortaliças é de grande importância para a saúde pública, uma vez que fornecem dados sobre as condições higiênicas envolvidas na produção, armazenamento, transporte e manuseio desses produtos.
Até o presente momento, os resultados de 15 amostras de alfaces comercializadas em feiras livres e supermercados da região indicaram ausência de helmintos. Contudo, foi observada a presença de cistos de protozoários e ovos de insetos em 100% das amostras. Neste estudo observou-se ainda que 13% (2 amostras) das alfaces comercializados estavam contaminadas com enteroparasitas, 20% (3 amostras) das alfaces estavam contaminadas por parasitas intestinais, como Entamoeba coli, Endolimax nana e Balantidium coli.
Indiomara relata, ainda, que com a realização deste estudo foi possível concluir até o momento que as amostras de alfaces analisadas e comercializadas na região estavam contaminadas. "É necessária uma fiscalização mais intensa, assim como a orientação e o treinamento dos horticultores quanto à importância correta da produção e manipulação de alimentos comercializados, além da educação do consumidor para higienizar de forma correta as alfaces antes do consumo", enfatizou.
A nutricionista reforça que o consumidor não deve parar de comprar e consumir a hortaliça, uma vez que a alface é um alimento saudável, possui vitaminas A, C, K, fibras, antioxidantes, magnésio e potássio, que são essenciais para o bom funcionamento do sistema imunológico. “O consumidor deve apenas ficar atento a higienização dos hortifrúti”, concluiu.