Universidade está atenta à importância da saúde mental no cenário esportivo
O esporte, fenômeno social abrangente, tem suscitado discussões sobre a saúde mental dos atletas. Diante desse cenário, a área Psicologia do Esporte tem contribuído de forma significativa na promoção de saúde e desenvolvimento integral de atletas, comissão técnica e todos os envolvidos com o esporte. Atualmente, muitas instituições e clubes esportivos contam com uma equipe de psicologia para o acompanhamento de atletas. Contudo, por mais que seja uma especialidade em ascensão no Brasil, a Psicologia do Esporte ainda carece de reconhecimento e formação de qualidade.
A Psicologia do Esporte na Universidade Paranaense – Unipar/Francisco Beltrão, sob a orientação da professora Alessandra Fernandes, destaca-se ao oferecer estágios que abrangem desde alunos iniciantes até os do 4º ano de Psicologia. Essa iniciativa visa promover a integralidade no preparo dos envolvidos no esporte, reconhecendo a importância multidisciplinar com profissionais como fisioterapeutas, nutricionistas, médicos, etc.
“A participação e envolvimento dos alunos nesses projetos permitem aproximá-los da realidade da Psicologia no contexto esportivo, de modo que possam identificar as demandas e entender como podemos atuar diante das necessidades, que são muitas, e que não dizem respeito apenas ao esporte ou modalidade em si, mas referem-se, também, a outras dimensões da vida”, cita a professora Alessandra.
Congressos científicos
As produções dos projetos de estágios em Psicologia do Esporte e pesquisas realizadas foram publicadas em eventos científicos, como o VII Congresso Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação da Unipar e o IX Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp). Este último, aconteceu em Petrópolis/RJ de 15 a 18 de novembro, e estavam presentes, dentre tantos pesquisadores e profissionais da área, Marina Gusson, que foi a psicóloga da Seleção Brasileira de Futebol Feminino na Copa do Mundo FIFA 2023; Katia Rubio, uma das pioneiras da Psicologia do Esporte no país, fundadora da Abrapesp e coordenadora do Grupos de Estudos Olímpicos na USP.
Matheus Cruz, aluno do 4º ano, que participou e apresentou sua pesquisa no evento, destaca a importância da visita técnica ao Centro de Treinamento do Fluminense, onde teve contato com parte da equipe de Psicologia do clube. Recentemente, o Fluminense conquistou a Libertadores 2023 e se destacou com o trabalho desenvolvido pelos psicólogos. “A visita técnica e o congresso foram muito importantes não apenas pelo conhecimento disseminado e oportunidade de conversar com profissionais de referência na área, mas, também, por permitir conhecer outros cenários e outros pesquisadores, ver diferentes trabalhos e vivenciar novas possibilidades de se fazer psicologia dentro do esporte, tanto na pesquisa quanto na prática”, menciona Matheus.
“Esperamos que todo esse contexto de aprendizado, pautado na ética e na ciência, que inicia na universidade contribua para impulsionarmos a Psicologia do Esporte na região”, finaliza Alessandra.