Realizada desde 2017, já foram testadas duas plantas medicinais para medir a eficácia na diminuição do estresse nos animais; uma outra será avaliada no ano que vem
Os cursos de graduação e pós-graduação da Universidade Paranaense – Unipar investem em diversos projetos de pesquisa, colaborando para a produção do conhecimento e solução de problemas regionais. Um bom exemplo é a do curso de Medicina Veterinária, em Umuarama, que avalia o uso de produtos fitoterápicos na redução do nível de cortisol em suínos.
Sob a coordenação do professor doutor Luiz Sérgio Merlini, a pesquisa foi iniciada em 2017. Ele conta que decidiu pelo tema pensando no bem-estar animal, mas há também a preocupação econômica a considerar. “Com a comprovação cientifica de prejuízo em decorrência de estresse dos animais durante crescimento e pré-abate, que reduz o peso vivo, o rendimento de carcaça e a qualidade da carne, precisamos pesquisar e propor novas técnicas de manejo”, afirma.
Merlini informa que o cortisol tem sido utilizado como indicador biológico do estresse em muitas espécies, mas em particular no suíno. “Por esse motivo, o objetivo do trabalho foi revisar a literatura sobre o cortisol e sua relação com o estresse na suinocultura”, destaca, lamentando que em saúde animal o emprego da fitoterapia é pouco abordado e explorado. “Com este trabalho buscamos proporcionar aos profissionais novos conhecimentos para tratamentos”.
A equipe do professor Merlini, composta por estudantes da graduação em Medicina Veterinária e do mestrado em Ciência Animal, já testou a Lippia alba, também conhecida como erva cidreira de arbusto e o resulto mostrou uma redução de 42% do nível de cortisol, e o Curcuma longa, ou açafrão-da-terra, que não apresentou resultado significativo. No ano que vem os planos é estudar e aplicar o Cymbopogon citratus, conhecido como capim-cidreira, capim limão ou capim Santo. Os experimentos são feitos no setor de produção animal do Hospital Veterinário.
“Essas foram as primeiras pesquisas no Brasil que avaliaram o efeito da suplementação com óleos essenciais no nível de cortisol de suínos”, orgulha-se o coordenador. Ele lembra que o uso de plantas medicinais vem ganhando evidência pelos ótimos resultados no tratamento de doenças, pela facilidade de obtenção, baixo custo e eficiência na prevenção. “É uma alternativa viável para a saúde humana e animal, proporcionando melhoria de qualidade de vida”, ressalta.