Estudo explora o nível de conhecimento de educadores sobre Transtorno do Espectro Autista
A pesquisa do agora enfermeiro Ruan Victor dos Santos Harka, orientada pela professora Géssica Tuani Teixeira, do curso de enfermagem da Universidade Paranaense – Unipar, unidade de Francisco Beltrão, foi publicada na última edição da Revista de Saúde Pública do Paraná. O estudo, intitulado “Conhecimento de educadores sobre Transtorno do Espectro Autista em uma escola pública do Paraná”, foi inicialmente apresentado como trabalho de conclusão de curso em dezembro do ano passado.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido como um distúrbio do neurodesenvolvimento, caracterizado por alterações comportamentais, déficits de comunicação e interação social, e padrões de comportamento repetitivos, com interesse restrito por atividades. Embora suas causas sejam multifatoriais, combinações de fatores ambientais e genéticos são frequentemente apontadas como responsáveis pelo transtorno.
O TEA abrange várias condições marcadas por perturbações no desenvolvimento neurológico, geralmente observadas nos primeiros meses de vida, com diagnóstico estabelecido entre os 2 e 3 anos de idade. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas têm autismo no mundo, sendo aproximadamente 2 milhões no Brasil, com uma incidência até cinco vezes maior em homens.
A pesquisa, de natureza exploratória e quantiqualitativa, foi realizada por meio de entrevistas com 12 profissionais da educação, todas mulheres, majoritariamente brancas (83,3%), com idades entre 27 e 49 anos, casadas (58,3%), com experiência profissional e diversas especializações. Os dados obtidos foram analisados e categorizados em três temas principais: Características do Transtorno do Espectro Autista, Fragilidades no Desenvolvimento e Diagnóstico Tardio, e Posicionamento e Conduta frente ao Transtorno.
Os resultados indicam que os educadores possuem um conhecimento moderado sobre o TEA, mas com uma lacuna significativa na identificação dos sinais do transtorno. A pesquisa destaca a necessidade de capacitação específica para reconhecer e lidar com o TEA em ambientes escolares, sugerindo que a experiência profissional em educação inclusiva pode contribuir para a identificação precoce, melhores condições de trabalho para os educadores e qualidade de ensino aprimorada.
Última atualização em 2 de Setembro de 2024 às 08:35