Pesquisa sobre morte encefálica de acadêmicos da Unipar é aceita em revista científica

Publicado em 9 de Dezembro de 2024 às 14:27

Foram analisadas 129 notificações e protocolos de morte encefálica em dois hospitais do município

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) dos acadêmicos de enfermagem da Universidade Paranaense (Unipar), campus de Francisco Beltrão, Ana Beatriz Lentz e Guilherme Gabriel Bazzotti, foi aceito para publicação na revista científica Research, Society and Development. Orientados pela professora Géssica Tuani Teixeira, os estudantes desenvolveram uma pesquisa que analisou a prevalência e o perfil de casos de morte encefálica e transplante de órgãos nos setores de urgência e emergência.

Intitulado "Prevalência de morte encefálica em pacientes advindos dos setores de urgência e emergência", a pesquisa, realizada com 129 notificações e protocolos de morte encefálica de 2019 a 2023 em dois hospitais de Francisco Beltrão, revelou informações alinhadas a estudos da área, embora alguns resultados divergentes tenham sido observados em comparação a dados de outras regiões do Brasil.

Entre os principais achados, os anos de 2023 (37,9%) e 2022 (24,5%) registraram o maior número de notificações de morte encefálica. O perfil predominante dos casos indicou maior incidência no sexo masculino: 72,1% no hospital público e 54,5% no hospital misto, com as faixas etárias de 41 a 50 anos e de 61 a 70 anos sendo mais afetadas, respectivamente.

As principais causas de morte encefálica variaram entre as instituições. No hospital público, o Traumatismo Crânio Encefálico (27,9%) e o Acidente Vascular Encefálico (21,2%) foram os casos mais frequentes. Já no hospital misto, o Acidente Vascular Encefálico respondeu por 53,1% dos casos, seguido por tumor cerebral (15,2%).

Outro ponto destacado foi a baixa prevalência da doação de órgãos. No hospital público, 68,3% dos casos não resultaram em doação, enquanto no hospital misto o índice foi de 71,2%.

Segundo a professora Géssica Tuani Teixeira, o processo de doação e transplante de órgãos vem crescendo ao longo dos anos, mas com ressalvas. “Durante o estudo, foi observado que grande parte das famílias decide não realizar a doação por motivos religiosos, crenças, mitos e até mesmo por considerar o processo demorado para realizar a devolução do corpo para o evento fúnebre”, pontua.

Ana Beatriz comenta sobre a satisfação de ter o trabalho aceito para publicação em uma revista científica, destacando a alegria de encerrar essa etapa acadêmica com o reconhecimento de sua pesquisa. “Nossos resultados ilustram a realidade e as dificuldades apresentadas na captação de órgãos nos hospitais da região e a partir desta pesquisa, pudemos reafirmar, a importância da ciência e do acesso à informação, e esperamos seguir, agora profissionalmente, contribuindo para a disseminação do conhecimento, em especial neste assunto que aborda muitas variáveis e possibilidades na saúde.”

Última atualização em 11 de Dezembro de 2024 às 09:51