Foram três noites para refletir sobre a importância da comunicação, contribuições das neurociências para a educação e o professor como empreendedor
Ensinar, trocar conhecimentos, inspirar, formar profissionais e cidadãos qualificados e comprometidos com a sociedade e com o mercado de trabalho. Essas são algumas das referências dos professores da Universidade Paranaense – Unipar, que não param. Agora no início de dezembro, o corpo docente participou de três noites de capacitação.
O encontro foi promovido pelo Pró-Magíster (Programa Institucional da Valorização do Magistério Superior), coordenado pelo professor Luiz Roberto Prandi. A iniciativa, que acontece todos os anos, busca trazer para a sala de aula formas inovadoras de ensinar, investindo em qualificação do corpo docente, o que reflete na formação de profissionais críticos, criativos, empreendedores, com postura ética e humana.
O primeiro encontro foi na oficina ‘Comunicação e uso da voz’, conduzida pela fonoaudióloga Julya Macedo, de Umuarama. A profissional destaca que a comunicação profissional está em evidência e se faz importante nos ambientes corporativos, favorecendo os relacionamentos.
Sua fala apresentou tópicos de aprimoramento de comunicação, seja verbal - articulação, respiração, ressonância, qualidade da voz, e não verbal - postura do corpo e das mãos, contato de olho e forma de se movimentar.
A partir dessa abordagem global, Julya mostrou a importância da comunicação no campo educacional: “As ferramentas de trabalho do docente são a voz e a comunicação, que vão auxiliar no quanto as pessoas compram sua ideia, reforçando como se porta enquanto se comunica, fator fundamental para prender a atenção do aluno”.
Outra proposta foi abordada pelo professor da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Dr. Charles Ferreira, com o workshop Contribuições das neurociências para a educação. Segundo Ferreira, estudos dentro das neurociências têm demonstrado fatores que impactam na memória e aprendizado, dois processos diferentes, mas complementares. Atenta que a maioria foca em a atividade didática em memorização e não em aprendizado.
Também ressaltou quais os critérios para que haja aprendizagem, estímulos e ambientes adequados, como rede de associação de informações, contextualização, ressignificação, reapresentação e estímulos multissensoriais. “Por exemplo, temos a seguinte situação: 40 alunos em sala, sujeitos únicos, com vivencias diferentes e ritmo de vida diferentes, e a gente tenta homogeneizar em uma única avaliação”, observou.
O cronograma de atividades contou, ainda, com a palestra O professor como empreendedor, ministrada pelo administrador Sérgio Bueno, de Francisco Beltrão. O intuito foi despertar a vontade do professor em compreender e interagir com os alunos no quesito empreendedorismo.
“A ideia é melhorar as tecnologias de informação e comunicação e relacionamento entre professor e aluno na sala de aula. Independente da ferramenta utilizada, devemos fazer com que o aluno se torne protagonista do ensino e da aprendizagem”, orientou.
O professor lembrou que na Instituição tem psicólogos que vão montar clínica, bacharéis em Direito que vão atuar como advogados e abrir escritório, esteticistas, arquiteto e outros profissionais que vão se tornar empreendedores. “Não nos damos conta da importância que é o nosso exemplo de professores enquanto empreendedores, atuando lá fora”, disse.
Na oportunidade, Bueno também apontou pesquisa, buscando não só falar do empreendedorismo na forma pedagógica, mas o quanto a capacidade de implementar novos negócios impulsiona a economia do país. Falou o que fazem como empreendedores, o cenário brasileiro atual quanto aos indicadores do empreendedorismo no Brasil - renda, gênero, tecnologias e outros detalhes que envolvem a pesquisa.