Texto e foto AI/Prefeitura
O projeto que prevê a inserção de plantas medicinais na atenção básica em saúde, em conformidade com o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, teve as frentes de trabalho delineadas em uma reunião na manhã de sexta-feira, 17, na Prefeitura. O prefeito Celso Pozzobom autorizou a continuidade do projeto, aprovado no ano passado pelo Ministério da Saúde, que também envolve a Universidade Paranaense (Unipar), a ONG Sustentec e as secretarias municipais de Saúde, Agricultura e Meio Ambiente.
Além de uma opção extra de renda para pequenos agricultores, a ideia garante à população acesso e uso racional de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais. Para agilizar a operação, a ONG assumiu a preparação dos produtores rurais e aquisição dos insumos e sementes, para iniciar o cultivo, em conjunto com a Secretaria da Agricultura e Meio Ambiente e a cooperativa dos pequenos produtores rurais, e a Unipar e a Secretaria de Saúde vão montar e equipar o laboratório de manipulação num espaço cedido pela universidade, para fabricar os chás e medicamentos.
“Na terceira frente, a Secretaria de Saúde vai preparar e orientar os profissionais das unidades básicas de saúde (UBS) e sensibilizar os médicos para incluírem os fitoterápicos no receituário, quando a produção for iniciada”, acrescentou a secretária Cecília Cividini.
Pelas características específicas do projeto, produtores da Área de Preservação Ambiental (APA) do Rio Piava terão prioridade. “O cultivo das plantas medicinais é orgânico, totalmente sem utilização de defensivos, adubo nem fertilizantes químicos. A APA conta com vários produtores com cultivos orgânicos certificados e tem uma legislação bem restritiva na questão ambiental, por isso a preferência inicial por este grupo de agricultores”, explicou o coordenador da área, Valério Silva.
O prefeito Celso Pozzobom aprovou a iniciativa e disse que ela pode ser estendida a outras áreas do município, como as vilas rurais, desde que seguidos todos os princípios do projeto. “É uma boa iniciativa e o município deve se envolver para que ela tenha resultados. As perspectivas são boas tanto para os produtores – que terão renda adicional – quanto para o meio ambiente e para a saúde dos pacientes, já que os fitoterápicos têm eficácia comprovada para o tratamento de uma série de doenças e carências nutricionais”, afirmou.
Acesso gratuito
O acesso aos medicamentos será inteiramente gratuito, tanto nas UBS quanto na Farmácia da Partilha, mantida pela Unipar e parceiros. A utilização terá acompanhamento multiprofissional, observando diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). Já os agricultores poderão se associar para a produção coordenada de plantas medicinais. “Podemos até criar uma cooperativa com esses produtores. Com o programa consolidado, a tendência é atrair mais membros e quem sabe até vender os produtos em outros mercados”, completou o prefeito Celso Pozzobom.
A produção orgânica (livre de agrotóxicos) utiliza pequenas áreas – em média 500 m² – em cada propriedade. Pelo projeto, serão reunidos até 20 produtores, totalizando uma área conjunta de um hectare (10 mil m²). A Prefeitura participará com a organização, orientação e assistência técnica aos produtores.
O projeto prevê o investimento de pouco mais de R$ 620 mil do Ministério da Saúde. A equipe envolvida na implantação já realizou visita técnica ao município de Toledo, onde o programa funciona há 10 anos. Umuarama foi uma entre apenas 12 cidades que tiveram projetos aprovados nesta área, em 2015, em todo o país. A variedade de ervas é grande, mas depende das condições do solo e clima locais, bem como da disponibilidade de mudas.
Variedade
Em Toledo, através de um Arranjo Produtivo Local (APL), os agricultores cultivam castanha da índia, espinheira santa, ginseng, alcachofra, alcaçus, angélica sinensis, cúrcuma, gengibre, ginko biloba, hipericum, laranja da terra e maracujá, entre outras, e ainda ervas para produção de isoflavona, tintura de calêndula, xarope de guaco e diversos chás (calêndula, camomila, carqueja, cavalinha, chapéu de couro, hortelã, marcela e malva).
Em Umuarama, os cultivos iniciais serão voltados à produção de chás para complemento nutricional, mas em breve outras culturas serão implantadas. A previsão para as primeiras colheitas é o segundo semestre deste ano.
Presenças
Além do prefeito Pozzobom e da secretária de Saúde, Cecília Cividini, participaram da reunião o professor Emerson Botelho Lourenço, da Unipar; enfermeira Rosana da Matta, que está à frente do projeto; Euclides Lara Cardoso Júnior (ONG Sustentec e Unipar); Léa Diamantino do Nascimento, que coordenará o projeto na Secretaria de Saúde; o diretor de Agricultura, Elídio Pavan; o coordenador da Vigilância em Saúde, Flávio Posseti, e representantes dos demais setores envolvidos.