Pesquisadores falaram sobre rastreamento do câncer cervical, soft skills, avatares para o estudo de doenças, produção de cerveja para diabéticos, oncologia e microplástico
Uma semana intensa de palestras e mostra científica dos alunos. O curso de Biomedicina da Universidade Paranaense – Unipar participou da Semana Integrada da Biomedicina, que reuniu os cursos de graduação das instituições de Cascavel no auditório da prefeitura. O evento recebeu nomes importantes da área, atuantes em todo o país, convidados que trouxeram muita inovação.
De São Paulo, marcou presença o professor e pesquisador Marco Antonio Zonta. Sua palestra teve como foco principal a nova modalidade de rastreamento do câncer cervical pela identificação molecular do HPV de alto risco oncogênico.
‘Biomedicina 4.0 o que o mercado quer de você’ foi outro tema. Do Rio de Janeiro, veio o biomédico e empreendedor Raphael Rangel, para falar sobre habilidades interpessoais – as soft skills – como lidar com outras pessoas e conviver com o diferente. O profissional refletiu sobre o que o mercado tem, o que ele está precisando e como conseguir se inserir.
“Durante a pandemia tivemos várias mudanças, o mercado acelerou rápido. Um exemplo é o ensino híbrido, que o boom seria 2025 e aconteceu em 2020. Nessa aceleração, o aluno não pode ficar para traz, o intuito sempre foi atualizá-lo e mostrar como pode se inserir”, disse.
Rangel veio acompanhado do colega, o biomédico e pesquisador Luiz Guilherme Hendrischky, que também palestrou. O tema foi ‘Criando avatares vivos – a nova era da neurociência’. O profissional explicou sobre a modelagem de organoides no laboratório. Pega-se um pedaço da pele e leva para o laboratório e, a partir de uma técnica, é possível criar células tronco, criar cérebros, testar medicamentos e novas drogas e estudar doenças em laboratório, sem usar pessoas e animais.
“Uma das áreas mais promissoras da medicina é a medicina personalizada; você no futuro, ao invés de testar um milhão de medicamentos até encontrar aquele perfeito para tratar um câncer, por exemplo, vai poder testar na célula da pessoa, sem usar ela. Conseguimos encontrar a melhor resposta, para só depois usar a pessoa. É uma área para os próximos 15 anos, mas que já tem se desenvolvido muito”, apresentou.
De Londrina, participou o biomédico Thiago Nascimento, com a temática. Ele destacou que vários frutos do mar estão vindo com microplástico, e mostrou estudos de como testar esses animais e descobrir como esse microplástico está sendo eliminado ou não: “A proposta é trazer o biomédico na perspectiva de cientista e pensar como a ciência ajuda para obter respostas, seja na oncologia ou na área de microplástico, questões que envolvem contaminação do meio ambiente”.
Outro convidado do Estado do Paraná é de Guarapuava. O pesquisador Carlos Malfatti apresentou sua criação, uma cerveja artesanal para diabéticos – a Rosemary Beer – comercializada pela Cervejaria Heimdall. Em sua fala, destacou o processo de produção, com o objetivo de aliar prazer e saúde, e o processo de degustação, testando eficiência, sabor e efeitos medicinais.
Na palestra explicou todo o processo, desde solução, mercado, modelo de negócios, hábitos de compra, precificação, prêmios recebidos, exportação para Itália e investidores, inclusive internacionais.