Como estamos vivendo tempos únicos, novas estratégias estão sendo estudadas e adotadas para cuidar do sofrimento psicológico dos colaboradores da Instituição
Como sabemos, a pandemia da covid-19 tem causado grandes impactos negativos às pessoas, que vão além dos sofrimentos físicos e muito se tem discutido sobre isto, nos últimos meses. Os transtornos psicológicos que vêm com ela, como consequência das incertezas vividas neste período, preocupam as lideranças e os profissionais de saúde do mundo todo.
O fato tem feito a Comissão de Saúde Mental da Universidade Paranaense redobrar suas ações voltadas à prevenção de doenças, como ansiedade e depressão, as mais comuns apontadas pelos especialistas neste momento de crise sanitária e social.
“Nossa Comissão foi instituída pela Reitoria ainda no ano passado, mas nunca trabalhou tanto como agora”, diz a presidente, professora Giuliana Marson, que é psicóloga e coordenadora multicampi do Programa Institucional de Atenção ao Estudante da Unipar.
Em relação à covid-19, as ações realizadas estão se concentrando basicamente em alertar sobre riscos, ensinar cuidados e suscitar conscientização, em palestras, para atingir todo o público interno da Unipar. Como são gravadas, também são disponibilizadas para a comunidade externa, nas redes sociais.
“A Unipar tem professores altamente capacitados para isso, com conhecimentos valorosos para compartilhar, e, o que é melhor, dispostos a colaborar; temos que aproveitar este potencial e colocá-lo à disposição dos que precisam”, afirma a presidente.
Ela salienta que também a Comissão se empenhou em oferecer atendimento psicológico, desde o início da pandemia: “Fizemos parceria com o Centro de Psicologia Aplicada da Unipar [projeto de extensão universitária do curso de Psicologia] e passamos a prestar atendimento por canais digitais, em função do distanciamento. Foi um trabalho que deu muito certo, com bons resultados”.
E avisa que, com o retorno do atendimento presencial no CPA, este serviço continua sendo disponibilizado. “Assim, na missão de educadores, comprovamos a nossa preocupação com o bem-estar de todos que fazem parte da família Unipar”, assegura.
Planos e objetivos
Gerenciar e responsabilizar-se pelo processo de promoção de saúde e prevenção de doenças mentais é o principal objetivo da Comissão, que fica responsável pelo acolhimento e direcionamento, para tratamento, de casos de sofrimento psicossocial na comunidade acadêmica, incluindo violência autoprovocada, tentativas de suicídio e automutilação.
Neste âmbito, cabe à entidade mapear esses casos e identificar fatores que contribuem para a ocorrência e implantar medidas políticas institucionais que favoreçam bem-estar e que minimizem o sofrimento das pessoas atendidas – alunos, professores ou profissionais da ala administrativa da Instituição.
“Além disso, trabalhamos para a desestigmatização e a despatologização do sofrimento mental, com o desenvolvimento de ambiente não adoecedor”, destaca Giuliana, agradecendo o apoio que recebe dos colegas e da Reitoria.
Equipe multidisciplinar
Com Giuliana Marson, participam da Comissão os professores Irineia Baretta, doutora em farmacologia e diretora do Instituto de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde; Clarice Catelan, psicóloga, mestre em Psicologia e coordenadora do curso de graduação em Psicologia; Danielle Roffi, psicóloga; Guilherme Derenusson, psiquiatra; Luiz Roberto Prandi, doutor em Educação e coordenador do Pró-Magíster; e Rosemari Szezerbatz, pedagoga e especialista em psicopedagogia.