Psiquiatria nutricional é uma área nova para estudo, que correlaciona transtornos mentais a anormalidades metabólicas e nutricionais nas doenças crônicas
A nutrição pode ter papel determinante na prevenção e no tratamento multidisciplinar das doenças mentais. Neste mês, com a ampla divulgação da campanha Setembro Amarelo, também fica em evidência o impacto que a nutrição pode ter sobre algumas doenças e problemas que abrangem a saúde mental.
Segundo a professora Mirian Cozer, do curso de Nutrição da Universidade Paranaense (Unipar), Unidade de Francisco Beltrão, distúrbios alimentares e deficiência de nutrientes podem prejudicar a saúde de forma significativa. “Alguns nutrientes quando ingeridos na quantidade correta podem auxiliar na melhora de doenças como a depressão e a ansiedade”, destaca.
Segundo a coordenadora do curso de Nutrição, professora Indiomara Baratto, a ‘psiquiatria nutricional’ é uma área nova para estudo, que correlaciona transtornos mentais a anormalidades metabólicas e nutricionais nas doenças crônicas.
Ela explica que o termo ‘psiquiatria nutricional’ surgiu em 2013, depois da declaração consensual de um grupo de cientistas que o defendeu como um novo campo de pesquisa focado no desenvolvimento abrangente de evidência, coesa e cientificamente rigorosa, para apoiar uma mudança no pensamento em torno do papel da dieta e nutrição em saúde.
“A psiquiatria nutricional vem promovendo a interação entre nutricionista-psiquiatra-neurocientista, e tem sido recomendada no cuidado nutricional de pacientes com doenças crônicas”, acrescenta a coordenadora.
Alimentos indicados
Confira os nutrientes que não podem faltar na dieta desses pacientes
- Vitamina D: auxilia no sono, nos ritmos circadianos e no crescimento neuronal; pode ser encontrada na gema do ovo, em peixes como atum, sardinha, salmão, e também em suplementos nutricionais. É importante lembrar que precisa ser ativada no organismo, para isso a exposição solar diária é indicada (15 minutos/dia antes das 10h da manhã ou após as 16h da tarde), indica a acadêmica do 4º ano do curso de Nutrição, Aline Souza.
- Zinco: aumenta a capacidade de sobrevivência das células do sistema nervoso central. Pode ser encontrado na carne vermelha, em peixes, leite e derivados, amendoim, castanhas, feijão, grão de bico, banana, uva e abacate.
- Triptofano: tem a função de ser o precursor da serotonina, ou seja, ele é convertido em serotonina, que é considerado o hormônio da felicidade. Pode ser encontrado em queijos, ovos, arroz integral, feijão, carne vermelha, peixes, aves, cacau, banana, manga e abóbora.
- Magnésio: participa da formação e da utilização de energia, também tem a função de ligação com o receptor da serotonina. Pode ser encontrado em castanhas, nozes, amendoim, vegetais folhosos escuros, beterraba, quiabo, banana e abacate.
- Ácidos graxos poliinsaturados: constituem as células do sistema nervoso, são anti-inflamatórios e auxiliam no sistema imunológico. O ômega 3 pode ser encontrado em peixes de água fria, como salmão, arenque, cavala, sardinha e atum.
Alimentos que devem ser evitados
Nesta lista estão principalmente os industrializados, como salgadinhos, bolachas recheadas, frituras, comidas gordurosas, carboidratos refinados, açúcar branco, embutidos [salsicha, presunto e linguiça], bebidas alcoólicas e cafeína.