Obra coletiva reúne dezesseis ensaios, focados em vivências dos autores, todos professores da Instituição
Com o objetivo de inspirar e mostrar novas formas de ensinar e aprender, o Pró-Magíster (Programa Institucional de Valorização do Magistério) da Universidade Paranaense investiu na publicação do livro ‘Metodologias ativas: vivências no ensino superior”.
O lançamento aconteceu em cerimônia on-line, nos estúdios da TV+Unipar, transmitida pelo canal da Unipar no YouTube. O coordenador do Pró-Magíster, professor Luiz Roberto Prandi, abriu o evento. Ele e o professor Paulo Henrique Tomazinho, assessor pedagógico da Unipar, são os organizadores da obra.
Em seu pronunciamento, Prandi destacou a importância e a urgência de se repensar os processos pedagógicos: “Esta obra, profundamente esclarecedora, nos leva a refletir sobre o papel do professor como sujeito capaz de influenciar a formação do ser humano... de um indivíduo ativo, crítico e ético”.
Depois, houve palestra com os professores Tomazinho e Tatiane Machado, também da Unipar. Em tom reflexivo, eles fizeram uma contextualização dos conteúdos do livro, que conta com 16 ensaios sobre experiências inovadoras e estratégias didáticas, pautadas em metodologias ativas [confira os temas abaixo].
Uma encenação do ator e poeta Luiz Fernando Guarnieri ilustrou a solenidade. Ao vivo, ele recitou uma poesia de sua autoria em homenagem à fundadora da Unipar, professora Neiva Pavan Machado Garcia [confira abaixo]. O livro é dedicado a ela.
“Reconhecendo que o professor é a alma da educação, esta obra é dedicada a todos aqueles que escreveram e aos que continuam escrevendo a história da Unipar, em especial à professora Neiva Pavan Machado Garcia pela sua magnitude na atividade educacional, tanto no interior da nossa Universidade, quanto no contexto nacional”, exprime a dedicatória.
As cenas retratadas por Guarnieri, que é coordenador de projetos de arte e cultura da Unipar, interpretam a biografia da vice-reitora. Também focado no currículo da professora Neiva, antes do teatro foi exibido um audiovisual produzido pela equipe da TV+ Unipar.
“Não tenho palavras para descrever o sentimento que assaltou meu coração ao receber a linda homenagem que me fizeram os professores”, exclamou, em mensagem pelo WhatsApp enviada assim que o evento foi encerrado [confira abaixo a íntegra]. Ela acompanhou de casa e disse ter ficado “muito emocionada!”.
Temas abordados
Confira os tópicos e seus autores
Estratégias didáticas assimétricas: pré-testes, professor Paulo Henrique Tomazinho
Práticas de letramento acadêmico: a escrita on-line de modo colaborativo por meio da ferramenta googledocs, professora Tatiane Henrique Sousa Machado
Phillips 66 e sua aplicação prática no curso de Direito, professora Adriane Hass
O debate jurídico e a discussão além das aulas expositivas, professor Adriano Consentino Cordeiro
Saindo da bolha: pensando dilemas e debates a partir da metodologia ativa, professor Luiz Augusto Mugnai Vieira Júnior
Avaliações e perícias de engenharia: uma prática de sala de aula que deu certo, professor Cristiano Goulart
Estratégias de ensino por estudo de caso, professora Daniela Farias
Vivência prática do aprendizado dos dados vitais por estudantes de Enfermagem da 1ª série, professor Eduardo Henrique Pereira Sandim
A Educação Física culturalmente orientada para práticas corporais com jogos de tabuleiro, professor Fábio Ricardo Acencio
Jogos como atividades de apoio ao aprendizado, professor Igor Henrique Silva Nunes
A ação docente e reflexão da prática pedagógica a partir de diferentes metodologias ativas, professora Irinéia Baretta
A experiência do uso de projeto de intervenção problema como método de ensino-aprendizagem, professora Marileisa Barbosa
O processo de roteirização cinematográfica como potência para a criação e estruturação de ações metodológicas no ensino semipresencial, professor Rodrigo Oliva
Aula dinâmica não é brincadeira, professora Rosemari Aparecida Pedroso Szezerbatz
Seriado e jogo: utilização de reality show e o bingo como metodologia em sala de aula, professor Thiago Garcia Martins
Autossuficiência dos acadêmicos de Ciências Contábeis, professor Wagner Luiz Marques
Mensagem da homenageada
Por Neiva Pavan Machado Garcia, vice-reitora da Unipar, que, junto com o marido Cândido Garcia [em memória] fundou a Universidade Paranaense
“Não tenho palavras para descrever o sentimento que assaltou meu coração ao receber a linda homenagem que me fizeram os professores Prandi, Tomazinho e Tatiane e ainda a jornalista Graça Milanez, ao relembrar minha trajetória no mundo da educação, das artes e da construção de minha família! Para mim passou tudo muito rápido desde que aos 8 anos recitava nas festas do Grupo Escolar, aos 14 cantava na Rádio Difusora de Guararapes/SP) e depois, aos 16, cantando ‘Cabecinha no Ombro’, no Circo Motinha e Nha’Fia... Eu era bem exibida! (risos) E daí as novelas nas rádios Cultura e Difusora de Araçatuba/SP, onde comecei a batalhar no teatro estudantil com meu próprio grupo (o CATEC), com o qual excursionei pela região! Depois, já participante da JEC (Juventude Estudantil Católica), fui para Tupã/SP, onde conheci o Candinho (saudade!) e, juntos, fizemos com os estudantes a Páscoa dos Estudantes e logo depois a Semana dos Estudantes, com baile e tudo!!! Nesse tempo, já casada e mãe e lecionando no Colégio Arthur Fernandes! Foi aí que nasceu o meu grande amor pela Educação!!! Esse amor viria a consolidar-se em Tupã com a criação (graças ao Candinho) da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis de Tupã, quando passei de diretora do Colégio para diretora da Faculdade! Depois viemos para esta querida Umuarama!!! Aqui fizemos grandes amigos muitos dos quais estão até hoje em nosso convívio! Aqui tive a oportunidade de, junto com o Candinho, preparar a criação da Unipar, quando pude pôr em prática minhas experiências para constituir uma Universidade!!! De rascunho em rascunho, de reunião em reunião, de pesquisa em pesquisa, de documento em documento nasceu a Unipar. Ano após ano fomos formando um grande time de ótimos colaboradores, velhos e novos amigos capacitados ou em formação! O meu costume de discutir os documentos com os autores... fomos todos aprendendo e juntos trouxemos a Unipar a esse brilhante patamar de Universidade, querida pelos alunos e professores e respeitada pelas comunidades e pelas autoridades educacionais! Obrigada queridos Prandi, Tomazinho (filho do professor Paulo Tomazinho, um de meus primeiros amigos, em Umuarama) e Tatiane! E por fim quero agradecer ao Guarnieri (sobrenome poderoso!), que criou uma homenagem artística que me emocionou grandemente!!! Seu sucesso é merecido!... Sou prolixa, mas não devo me alongar mais. Obrigada! Obrigada! Obrigada!”
Entonação poética
Leia a poesia de Luiz Fernando Guarnieri que encantou a homenageada
Ela, Neiva
La la laia laia
Tu du rururu, tu du rururu, tu du rururu (laia laia)
Não posso ficar nem mais um minuto com você
Sinto muito amor, mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã (Trem das Onze – Adoniran Barbosa)
Que susto levei,
eu nem acreditei.
Neiva Pavan foi radialista.
E aqui eu divaguei
Por isso comecei,
Cantarolei Adoniran Barbosa,
Pra abrilhantar essa nossa prosa.
E, assim, com a ousadia antes nunca vista,
Aponto o dedo pra ela
e chamo essa mulher de artista.
Ela sempre foi vista.
Até nas revistas.
Mulher de classe,
Que ao lado do engraxate,
Sempre esteve dentro de uma classe.
Falo isso com propriedade,
De professor para professor,
De artista para artista,
Neiva também foi professora de verdade.
Naquela mesa ele sentava sempre
E me dizia sempre o que é viver melhor
Naquela mesa ele contava histórias
Que hoje na memória eu guardo e sei de cor (Naquela Mesa – Nelson Gonçalves)
Dona Neiva Pavan Machado Garcia,
a senhora não me esconda o jogo, por favor!
Senhor!
A senhora foi atriz!
Eu tô é todo feliz,
Do dedo do pé à ponta do nariz.
Que emoção!
Eu, artista, vendo uma mulher do alto escalão.
No radioteatro era só produção, então?
Escrevia novelas,
Interpretava papeis,
Era líder de grêmios,
Um gênio!
Marina, morena
Marina, você se pintou
Marina, você faça tudo
Mas faça um favor
Não pinte esse rosto que eu gosto (Marina – Dorival Caymi)
Eu tô que não me seguro,
Quero perguntar à senhora
O que pensa do futuro?
Uma mulher que nos deu tantos frutos.
Uma bagagem inacreditável,
Uma trajetória colossal,
Me conte como se sente, D. Neiva,
Quando a educação te reverencia
E a faz monumental?
Pera lá!
Deixa eu lembrar
Você pega o trem azul
O sol na cabeça
O sol pega o trem azul
Você na cabeça
O sol na cabeça (O trem azul – Lô Borges)
Neiva Pavan,
Vejo teu mundo como um trem.
Sempre no trilho, com brilho
Transportando o amor,
Estimulando valores
Acolhendo o oprimido.
Poderia até te chamar de primeira reitora,
Mas se vosmecê me permite,
Prefiro lhe chamar de PROFESSORA.
Repita comigo PRO-FES-SO-RA.
Essa palavra dá gosto, sabe?
Enche a boca.
E aliada a tua história,
Ela fica ainda mais saborosa.
Talvez pudesse ser seu sobrenome,
Enfim,
Qualquer nome de amor
Define teu nome.
Ah! Já que estou por aqui,
Vou ousar em dizer,
Relatei tanta coisa de ti,
Que nem mesmo consigo esconder.
Falo da tua elegância,
Do garbo que encanta,
Do batom de poder.
Poder feminino.
E da serenidade que emana.
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa (Como nossos pais - Belchior)
E que vivência!
Não resta dúvida, professora Neiva,
Que o teu legado e a tua representatividade,
Já está na permanência.
Pensa que eu não sei?
Eu investiguei...
Violão no punho,
Goela afiada,
O amor imbuído,
É hora de serenata...
Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora
E conta logo a tua mágoa toda para mim (Cabecinha no ombro – Paulo Borges)
No rancho fundo
Bem prá lá do fim do mundo
Onde a dor e a saudade
Contam coisas da cidade... (No rancho Fundo – Ary Barroso)
Era um tempo tão lindo, né, D. Neiva?
Conta pra gente como era levar amor do jeito sereno?
Posso imaginar,
Como se estivesse num altar,
Da sacada de Shakespeare
Ou até na beira do mar.
Saudade, palavra triste
Quando se perde um grande amor
Na estrada longa da vida
Eu vou chorando a minha dor (Primeiro Amor – Aurélio Rocha
Boemia, aqui me tens de regresso (A volta do boêmio – Adelino Moreira
Ah, ah serenata,
Parece teu sobrenome também,
Porque tudo que exala o poder que o bem tem
A gente logo faz menção à senhora,
Ainda estou espantado com a minha ousadia,
Um embrião na vida,
Que quer ousar serenatear à artista.
Bandeira Branca, Amor
Não Posso Mais
Pela Saudade
Que Me Invade
Eu Peço Paz (Bandeira branca – Max Nunes)
Ah... Dalva de Oliveira
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim foges de mim (Carinhoso - Pixinguinha)
Pixinguinha
Me perdoe por tanta euforia, professora Neiva
Mas é que no coração me bate uma reveria
Saber que falo pra ti, uma professora-artista.
São tantas homenagens
Que eu sento na sarjeta da minha idade
Olho pro alto e vejo essa responsabilidade
De olhar pra ti, mulher que propaga bondade.
E emanar respeito, amor e simplicidade.
Pelo menos vir achar razão para viver
Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar (Azul da cor do mar – Tim Maia)
Excuse me, educadora.
Preciso alçar voo agora,
A gente sabe que um dia tem que ir,
Às vezes piscamos e já é a hora.
Mas, antes, artista Neiva!
Eu saio de cena,
Com reverências à senhora.
A andorinha voou, voou
Fez um ninho na minha mão
E um buraco bem no meu coração
E lá vou eu como um passarinho
Como um bicho que sai do ninho
Sem vacilo nem dor na minha vez (Voa bicho – Milton Nascimento)