Temas emergentes: Cursos de Psicologia realizam comemoração integrada

Publicado em 28 de Agosto de 2020 às 17:00

Cascavel, Umuarama e Francisco Beltrão brindam o Dia do Psicólogo com conhecimento; Fórum Pedagógico e de Egressos marcam a data

27 de agosto é o Dia do Psicólogo, data em que o profissional comemora avanços da ciência psicológica, ainda tão jovem, mas muito ativa e provocando grandes transformações sociais. Principalmente agora, em tempos de pandemia, as pessoas têm sentido a importância de cuidar da saúde mental.

Como acontece todos os anos, só que de um jeito novo – remoto, a Universidade Paranaense – Unipar realizou eventos para comemorar a data. Via Youtube aconteceu o 1º Fórum Pedagógico Integrado dos cursos de Psicologia de Umuarama (1989), Cascavel (2000) e Francisco Beltrão (2015), junto com o Fórum de Egressos.

A ideia foi dialogar sobre como o curso está organizado e refletir as formas de avançar na formação acadêmica. À frente do cerimonial, a coordenadora do curso em Umuarama, professora Clarice Catelan, parabenizou a todos pelo excelente desempenho na avaliação do MEC – em Beltrão, pelo reconhecimento do curso com a nota máxima 5 (visita in loco) e Umuarama e Cascavel, pelas notas 4 (Enade).

A coordenadora saudou, ainda, a Diretora do Instituto de Ciências Biológicas, Médicas e da Saúde, professora Irinéia Baretta, e as coordenadoras de cursos, Juliana Klein, de Cascavel, e Taise Signorini, de Francisco Beltrão. E as equipes dos Centros de Psicologia Aplicada da Unipar, pela volta do atendimento psicológico presencial com o rigoroso protocolo de cuidados.

Realizado na primeira noite, o Fórum Pedagógico teve como tema ‘Saúde mental e atenção psicossocial em situação de pandemia’, proferido pela psicóloga Eliane Andreis, responsável técnica do CPA/Umuarama.

A profissional falou sobre o trabalho do CPA, o atendimento aos públicos diversos: crianças, adolescentes, adultos e idosos, no modo individual e em grupo, e as mudanças sofridas desde o início da pandemia. Começou fazendo uma retrospectiva do final de 2019, início do vírus na China, até chegar ao Brasil e a população se sentir afetada.

No período de isolamento, o atendimento foi exclusivo para acadêmicos da Unipar e funcionários que permaneceram na linha de frente de atendimento ao público. Sua fala reuniu três especificidades: plantão de atendimento psicológico (projeto que existe na Unipar desde 2003), trabalho do psicólogo em momentos de urgência e emergência e o objetivo do atendimento on-line.

 

Momentos de desastre

Na palestra, Eliane Andreis contextualizou o início da atenção psicossocial em situação de desastre, abordou alguns marcos históricos, apresentou como exemplo a ‘clínica do cuidado: intervenção com a população ribeirinha do Xingu atingida por Belo Monte’.

Sobre as situações de emergência, destacou fatos vivenciados pelo Brasil – enchentes em Santa Catarina, deslizamento de terra serrana no RJ, incêndio da Boate Kiss (primeira nota técnica do Conselho Federal de Psicologia, definindo como teria que ser o trabalho do psicólogo), rompimento da Barragem de Brumadinho (2ª nota técnica do CFP), rompimento da Barragem de Mariana e a covid-19.

Sobre a nota técnica do CFP nesses eventos, esclarece que é uma estratégia de conformidade para cinco anos: “Não é só no local e no momento do desastre, essa atuação precisa ser uma estratégia que atenda antes, durante e depois”.

Também apontou estimativa da OMS (Organização Mundial de Saúde) para casos de pandemia, sinalizando que 1/3 ou metade da população tem potencial para desenvolver manifestações psicopatológicas caso não haja nenhuma intervenção, principalmente na primeira fase de resposta.

 

Pandemia e saúde mental

A ideia foi discursar sobre os impactos da pandemia na saúde mental da população, destacando situações que influenciam o desenvolvimento de psicopatologias, sensação de confiança no processo de gestão e coordenação dos protocolos de biossegurança, afastamento da rede socioafetiva, necessidade de distanciamento e contato anterior com eventos parecidos.

E, ainda, impossibilidade de praticar ritos culturais e coletivos – casamentos, formaturas, encontros, velório (este, importante no processo de luto). Também reforçou que os cuidados para evitar a contaminação não prescindem os cuidados com a saúde mental.

Neste cenário, Eliane Andreis também abordou reações esperadas, sensações da pandemia, transtornos mentais associados à pandemia, diagnósticos, prevenção ao suicídio e o contexto de pandemia, uso de medicação, intervenções e os impactos na saúde pública.

 

Ex-alunos e suas experiências

Também bem-sucedido, o 1º Fórum de Egressos Integrado reuniu ex-alunos das três unidades da Universidade Paranaense para falarem de suas experiências de formação e de carreira. Nessa noite, o evento foi mediado pela coordenadora do curso de Psicologia da Unipar em Francisco Beltrão, professora Taise Signorini.

De Cascavel, a convidada foi a egressa Claudiana Souza (da turma de 2016). Ela relembrou o 2012 como o início de um sonho realizado. E destacou a importância dos estágios obrigatórios e remunerados realizados na Caravana do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e no Centro Comunitário de Assistência Social da LBV (Legião da Boa Vontade), onde atua até o momento.

Na oportunidade, apresentou a história da LBV no Brasil e a implantação em Cascavel, missão da Instituição, trabalho realizado pelo psicólogo, público-alvo, experiências positivas e desafios encontrados.

Da Unidade de Umuarama participou a egressa Raquel Lisboa (formada em 2018), que discorreu sobre os estágios realizados nas áreas clínica e organizacional. Também falou de escolhas profissionais, da pós-graduação em Análise Comportamental Clínica que fez, de sua atuação na Apae de Tapejara do Oeste e da atual função no Instituto Pequeno Planeta.

Da Unidade de Francisco Beltrão, duas egressas da primeira turma (2019) participaram; uma delas foi Brunesa Morais, que relembrou momentos da graduação, estágio com mulheres, participação no projeto Eleutério Rodrigues Neto, intervindo com idosos, estágio psicopedagógico e avaliação com criança que apresenta dificuldades de aprendizagem.

A psicóloga também comemora o ingresso em curso de mestrado, como bolsista. E ainda elogiou os professores, incentivou a iniciação científica, falou do sentimento da colação de grau e de fazer valer o juramento profissional – ter rigor ético, responsabilidade, dar voz aos excluídos, promover a Psicologia, apresentar o direito das pessoas, imprimir ao trabalho o lado humano e não apenas tecnicista.

Sua colega de turma, Ligia Prando, foi a outra convidada. Ela contou sobre o concurso público que fez este ano em Santa Catarina – e foi aprovada; também lembrou a trajetória nos estágios, tendo contemplado as áreas de Psicologia social e escolar e sua atuação no Centro da Juventude. “Meu último projeto, o plantão psicológico, muito me fez crescer enquanto psicóloga”, afirmou.