Cargos quase que exclusivamente ocupados por homens ganham a atenção das mulheres na hora da decisão profissional
Que a Tecnologia da Informação facilitou a vida das pessoas e os processos dentro das organizações não há dúvidas. Todos os cenários respiram inovação. Contudo, o que é particularmente novo é a crescente participação das mulheres nesse mercado, ocupado predominantemente pela classe masculina. E é deste salto no cenário profissional que vamos falar.
Classificada entre as profissões de maior relevância na atualidade, e muito próspera, a TI se insere em todos os segmentos empresariais, e dela partem diferentes áreas de atuação – desenvolvimento de sistemas de computadores para a criação de banco de dados, programação e aplicativos de sistemas de informática comerciais e de ambientes web.
Influenciadoras, visionárias, vigorosas. As mulheres estão cada vez mais engajadas nos diversos espaços. Este mercado, elas também se inclinaram a desbravar. Ainda engatinhando, elas representam, segundo pesquisa da Women in Tech 2018, pouco mais de 20% dos profissionais da área, contudo, a pesquisa aponta um importante dado - as jovens de hoje têm 33% mais predisposição para estudarem sobre tecnologia do que a geração dos anos 80.
A revolução nesse universo é notória. O coordenador do curso de TADS (Tecnologia em Análise e Desenvolvimentos de Sistemas), professor Ângelo Sucolotti, que leciona há 23 anos na Unipar, diz que este maior engajamento das mulheres no contexto dos últimos anos é significante.
Segundo Sucolotti, ao longo da história, o papel da mulher na ciência sempre foi expressivo, com contribuições científicas em diversas áreas do conhecimento: “Na área de tecnologia, embora ainda com participação tímida, não é diferente - de Ada Lovelace(1853), criadora do primeiro algoritmo, à Susan Wojcicki, CEO do Youtube. Como dizem, lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive, na tecnologia, onde com certeza fazem a diferença”.
Talento Unipar: a profissão sob o olhar DELAS
Mayara Regina Fagundes
Recém-formada (2019), a profissional já galga longos passos. A ex-aluna da Unipar atua na empresa Linx S.A, na área de gerenciamento de projetos de software. Ela conta que sempre gostou de computadores e demonstrou interesse por tecnologia e, cursar TI, foi o início do caminho para se encontrar profissionalmente e ter satisfação no que faz. “Como aluna especial de mestrado, tenho ainda mais certeza que fiz a escolha certa”, comemora. Mayara destaca também que a profissão a inspira pela possibilidade de resolver problemas de forma eficiente e eficaz, além das diversas possibilidades de atuação e a evolução constante. Sobre ser profissional mulher nesse mercado, destaca que “as mulheres dominavam a área desde o início e com o tempo perdemos nosso protagonismo. Acredito que está em retomada o crescimento, mas ainda assim os estigmas da carreira e também o preconceito acabam fazendo com que as mulheres se retraiam”. Hoje, ela está Embaixadora do Women Techmakers e realiza várias ações para apoiar e fortalecer a participação feminina, tanto nos cursos de TI, quanto no mercado de trabalho. “Tornar esses ambientes seguros e livres de preconceitos é o primeiro passo para que as mulheres se aproximem novamente da área”, diz. Para ela, é importante também, por meio de exemplos, mostrar a participação feminina e divulgar para que mais mulheres se vejam como profissionais de tecnologia.
Feliz, ela compartilha como foi sua formação na Unipar e elogia: “Os diferenciais do curso pra mim sempre foram me sentir segura na participação das aulas, mesmo sendo a única mulher na sala, algumas vezes. O apoio do corpo docente, para desenvolvimento de projetos e inovação, a abordagem prática em sala de aula e o uso de tecnologias atuais para aprendizagem foram de grande valia na minha formação”.
Juliane Frabel Correia
Ela é um dos nossos exemplos de sucesso. Egressa da Unipar (2016), a profissional, sócia na Decod Sistemas, atua na área de análise e desenvolvimento de software, e define: “O que mais me inspira na análise é ter de compreender a necessidade de cada projeto. Ao desenvolver um software de gestão, é necessário ter noção de administração, se for desenvolver para área de jogos, preciso entender o básico de design gráfico. Já no desenvolvimento, o que me encanta é ver o programa tomando forma, a cada fase, fazendo o que foi programado para fazer e suas infinitas possibilidades”. Segundo Juliane, quando decidiu ingressar no ensino superior, sua escolha foi por uma profissão em que pudesse transitar em qualquer outra. “Atuar fora da área de tecnologia sempre me pareceu impossível; eu vi a curva tecnológica crescer exponencialmente. Hoje, a tecnologia está presente de uma forma natural, nem dá pra acreditar que há 15 anos não tínhamos smartphones”, compara. E, ao falar sobre a projeção da mulher nesse cenário, frisa: “É engraçado ver que ainda parece um tabu, mas o que vemos na história da computação é diferente. O considerado primeiro algoritmo da história foi escrito por uma mulher, Ada Lovelace, assim como todos os marcos da tecnologia, como o primeiro computador, linguagens de programação, a internet, entre tantos outros, houve a contribuição feminina”. E acrescenta: “Que as mulheres se afastaram da área desde então, é fato, mas, na minha opinião, as mulheres são mais empáticas, o que nos ajuda a compreender melhor a necessidade do projeto, e nos faz ideais para os trabalhos em tecnologia”. Além de todo talento e dedicação, a profissional avalia que “a área evolui muito rápido, é difícil acompanhar, contudo, a Unipar se propõe a deixar a grade sempre atual nas tecnologias e linguagens de programação. A disponibilidade dos professores e coordenador traz uma experiência mais personalizada”.
Mulheres que inspiram no mundo da TI
Mundo afora, grandes empresas do setor são comandadas por mulheres. Na lista das poderosas da tecnologia estão: Susan Wojciki - CEO (Chief Executive Officer) do YouTube; Virginia Rometty - CEO e Chairwoman da IBM (International Business Machines Corporation); Ursula Burns - CEO da Xerox; Safra Catz - presidente e CFO (Chief Financial Officer) da Oracle; Sheryl Sandberg - COO (Chief Operating Officer) do Facebook; Margaret Whitman - atuou na Walt Disney Company, DreamWorks, Hasbro, eBay e HP; Cher Wang - Co-fundadora e presidente da HTC (empresa que fabrica um de cada seis smartphones vendidos nos Estados Unidos); e Angela Ahrendts - empresária e vice-presidente da Apple.
Criadoras e invencionistas, as mulheres também mudaram o mundo da inovação: Hedy Lamarr projetou um sistema voltado para as estações de radiocomunicação, empregada para a comunicação de guerra; Ada Lovelace criou o primeiro modelo de computador; Betty Snyder, Marlyn Wescoff, Fran Bilas, Kay McNulty, Ruth Lichterman e Adele Goldstine foram as responsáveis pela configuração do ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer) – elas lidavam com mais de três mil interruptores e botões que ligavam um hardware de 80 toneladas; Mary Kenneth Keller, primeira mulher reconhecida por cursar um doutorado em Ciências da Computação, contribuiu para a criação da linguagem de programação BASIC; Jean Sammet é criadora do FORMAC, uma das importantes linguagens computadorizadas já existentes; Grace Hopper contribuiu para a criação do COBOL (linguagem de programação voltada para bancos de dados comerciais); Carol Shaw criou o primeiro sistema de geração procedural de conteúdo e os clássicos dos games eletrônicos, como 3D Tic Tac Toe, Happy Trails e Activision.